terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ACORDA, NOEL!

Acorda, Noel! É hora
de alegrar a meninada
que passou o ano afora
e vai ficar acordada,
esperando o seu presente
de alma pura, carente,
e te pediu quase nada.

Acorda Noel! Releia
cada carta, cada apelo
que nestas horas vagueia
entre sonho e pesadelo
de ser ou não premiado,
por ser ou não comportado,
mas contando com teu zelo.

Acorda, Noel! Entenda
esta minha insistência,
pois não confio na venda
dos mimos que a inocência
pediu e quer receber,
crente que ainda vai ter,
de ti a benevolência.

Acorda, Noel! Sou eu,
insistindo em ser criança,
pois ainda não morreu
a minha fé, a esperança,
de ver o amor vencedor
sobre a maldade e o rancor
que pesam nesta balança.

Acorda, Noel! Escuta
o meu apelo infantil,
insistindo na labuta
pelo gigante Brasil,
qu'inda padece de fome,
numa angústia que consome
este povo varonil.

Acorda, Noel! É dia
de usar o seu trenó
e mostrar que a alegria
não é gasosa nem pó.
É mais um caso de urgência
a vencer a prepotência
amarga como o jiló.

Acorda, Noel! Desconta
todo esse tempo perdido.
Debita na minha conta
o que gastei no pedido.
Desculpa a minha menina
que, grande, ainda imagina
viver do jeito que ensino.

Acorda Noel! Encanta
aqueles que crêem em ti
e vem regar esta planta
da semente que escolhi.
Que ela vingue cheirosa
em meio de verso e prosa
num sonho que eu não vivi.

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