segunda-feira, 30 de novembro de 2009

QUE TEMOS COM O CRISTO?

"Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno?
Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus."
(Marcos, 1,24)


Grande erro supor que o Divino Mestre houvesse terminado o serviço ativo, no
Calvário.

Jesus continua caminhando em todas as direções do mundo; seu Evangelho
redentor vai triunfando, palmo a palmo, no terreno dos corações.

Semelhante circunstância deve ser lembrada porque também os Espíritos
maléficos tentam repelir o Senhor diariamente.

Refere-se o evangelista a entidades perversas que se assenhoreavam do corpo
da criatura. Entretanto, essas inteligências infernais prosseguem dominando
vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem
divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado
para estabelecer a fraternidade, aparece com os apelidos de ambição e
egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso
universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e
intolerância sectária.

Não somente o corpo da criatura humana padece obsessão de Espíritos
perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.

E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações
indagam com pressa: que temos com Cristo? Que temos a ver com a vida
espiritual?

É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o
adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico,
vestido de túnicas brilhantes da falsa ciência.

Bem-aventurados os pobres de espírito

O que se deve entender por pobres de espírito
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)

2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão multo natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.

Aquele que se eleva será rebaixado
3. Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: "Quem é o maior no reino dos céus?" - Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: "Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus. - Aquele, portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no reino dos céus - e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 1 a 5.)
4. Então, a mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou dele com seus dois filhos e o adorou, dando a entender que lhe queria pedir alguma coisa. - Disse-lhe ele: "Que queres?" "Manda, disse ela, que estes meus dois filhos tenham assento no teu reino, um à sua direita e o outro à sua esquerda." - Mas, Jesus respondeu, "Não sabes o que pedes; podeis vós ambos beber o cálice que eu vou beber?" Eles responderam: "Podemos." -Jesus lhes replicou: "É certo que bebereis o cálice que eu beber; mas, pelo que respeita a vos sentardes à minha direita ou à minha esquerda, não me cabe a mim vo-lo conceder; isso será para aqueles a quem meu Pai o tem preparado." - Ouvindo isso, os dez outros apóstolos se encheram de indignação contra os dois irmãos. - Jesus, chamando-os para perto de si, lhes disse: "Sabeis que os príncipes das nações as dominam e que os grandes os tratam com império. - Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; - e, aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo; - do mesmo modo que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos." (S. MATEUS, capítulo XX, vv. 20 a 28.)
5. Jesus entrou em dia de sábado na casa de um dos principais fariseus para aí fazer a sua refeição. Os que lá estavam o observaram. - Então, notando que os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola, dizendo: "Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar, para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos: dai o vosso lugar a este, e vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar. - Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga: meu amigo, venha mais para cima. Isso então será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa; - porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado." (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 1 e 7 a 11.)

6. Estas máximas decorrem do princípio de humildade que Jesus não cessa de apresentar como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor e que ele formulou assim: "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que o reino dos céus lhes pertence." Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: "Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.
A mesma idéia fundamental se nos depara nesta outra máxima: Seja vosso servidor aquele que quiser tornar-se o maior, e nesta outra: Aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se elevar será rebaixado.
O Espiritismo sanciona pelo exemplo a teoria, mostrando-nos na posição de grandes no mundo dos Espíritos os que eram pequenos na Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. E que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que se não leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento. Nada mais possuindo senão isso, chegam ao outro mundo privados de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as próprias roupas. Conservaram apenas o orgulho que mais humilhante lhes torna a nova posição, porquanto vêem colocados acima de si e resplandecentes de glória os que eles na Terra espezinharam.
O Espiritismo aponta-nos outra aplicação do mesmo princípio nas encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição. Não procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima dos outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um mais elevado no céu, se o merecerdes.

Mistérios ocultos aos doutos e aos prudentes
7. Disse, então, Jesus estas palavras: "Graças te rendo, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e aos prudentes e por as teres revelado aos simples e aos pequenos." (S. MATEUS, cap. XI, v. 25.)

8. Pode parecer singular que Jesus renda graças a Deus, por haver revelado estas coisas aos simples e aos pequenos, que são os pobres de espírito, e por as ter ocultado aos doutos e aos prudentes, mais aptos, na aparência, a compreendê-las. E que cumpre se entenda que os primeiros são os humildes, são os que se humilham diante de Deus e não se consideram superiores a toda a gente. Os segundos são os orgulhosos, envaidecidos do seu saber mundano, os quais se julgam prudentes porque negam e tratam a Deus de igual para igual, quando não se recusam a admiti-lo, porquanto, na antigüidade, douto era sinônimo de sábio. Por isso é que Deus lhes deixa a pesquisa dos segredos da Terra e revela os do céu aos simples e aos humildes que diante dEle se prostram.

9. O mesmo se dá hoje com as grandes verdades que o Espiritismo revelou, Alguns incrédulos se admiram de que os Espíritos tão poucos esforços façam para os convencer. A razão está em que estes últimos cuidam preferentemente dos que procuram, de boa fé e com humildade, a luz, do que daqueles que se supõem na posse de toda a luz e imaginam, talvez, que Deus deveria dar-se por muito feliz em atraí-los a si, provando-lhes a sua existência.
O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não põe a luz debaixo do alqueire, por isso que a derrama em ondas por toda a parte, de tal sorte que só cegos não a vêem. A esses não quer Deus abrir à força os olhos, dado que lhes apraz tê-los fechados. A vez deles chegará, mas é preciso que, antes, sintam as angústias das trevas e reconheçam que é a Divindade e não o acaso quem lhes fere o orgulho. Para vencer a incredulidade, Deus emprega os meios mais convenientes, conforme os indivíduos. Não é à incredulidade que compete prescrever-lhe o que deva fazer, nem lhe cabe dizer: "Se me queres convencer, tens de proceder dessa ou daquela maneira, em tal ocasião e não em tal outra, porque essa ocasião é a que mais me convém."
Não se espantem, pois, os incrédulos de que nem Deus, nem os Espíritos, que são os executores da sua vontade, se lhes submetam às exigências. Inquiram de si mesmos o que diriam, se o último de seus servidores se lembrasse de lhes prescrever fosse o que fosse. Deus impõe condições e não aceita as que lhe queiram impor. Escuta, bondoso, os que a Ele se dirigem humildemente e não os que se julgam mais do que Ele.

10. Perguntar-se-á: não poderia Deus tocá-los pessoalmente, por meio de manifestações retumbantes, diante das quais se inclinassem os mais obstinados incrédulos? E fora de toda dúvida que o poderia; mas, então, que mérito teriam eles e, ao demais, de que serviria? Não se vêem todos os dias criaturas que não cedem nem à evidência, chegando até a dizer: "Ainda que eu visse, não acreditaria, porque sei que é impossível?" Esses, se se negam assim a reconhecer a verdade, é que ainda não trazem maduro o espírito para compreendê-la, nem o coração para senti-la. O orgulho é a catarata que lhes tolda a visão. De que vale apresentar a luz a um cego? Necessário é que, antes, se lhe destrua a causa do mal. Daí vem que, médico hábil, Deus primeiramente corrige o orgulho. Ele não deixa ao abandono aqueles de seus filhos que se acham perdidos, porquanto sabe que cedo ou tarde os olhos se lhes abrirão. Quer, porém, que isso se dê de moto-próprio, quando, vencidos pelos tormentos da incredulidade, eles venham de si mesmos lançar-se-lhe nos braços e pedir-lhe perdão, quais filhos pródigos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
O orgulho e a humildade
11. Que a paz do Senhor seja convosco, meus queridos amigos! Aqui venho para encorajar-vos a seguir o bom caminho.
Aos pobres Espíritos que habitaram outrora a Terra, conferiu Deus a missão de vos esclarecer. Bendito seja Ele, pela graça que nos concede: a de podermos auxiliar o vosso aperfeiçoamento. Que o Espírito Santo me ilumine e ajude a tomar compreensível a minha palavra, outorgando-me o favor de pô-la ao alcance de todos! Oh! vós, encarnados, que vos achais em prova e buscais a luz, que a vontade de Deus venha em meu auxílio para fazê-la brilhar aos vossos olhos!
A humildade é virtude muito esquecida entre vós. Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo? Oh! não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem. Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo. Lembrai-vos dAquele que nos salvou; lembrai-vos da sua humildade, que tão grande o fez, colocando-o acima de todos os profetas.
O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometia o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre. Julgam que os títulos e as riquezas lhes são deferidas; pelo que, quando Deus lhos retira, o acusam de injustiça. Oh! irrisão e cegueira! Pois, então, Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? Terá o Criador feito duas espécies de homens? Tudo o que Deus faz é grande e sábio; não lhe atribuais nunca as idéias que os vossos cérebros orgulhosos engendram.
Ó rico! Enquanto dormes sob dourados tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao ouvires isso, bem o sei, revolta-se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. "Pois quê! dirás, eu, de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos! Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado tão baixo e a mim tão alto?" E exato que as vossas vestes não se assemelham; mas, despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a esse mesmo a quem hoje desprezas? São eternas as riquezas? Não desaparecem quando se extingue o corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Ah! lança sobre ti um pouco de humildade! Põe os olhos, afinal, na realidade das coisas deste mundo, sobre o que dá lugar ao engrandecimento e ao rebaixamento no outro; lembra-te de que a morte não te poupará, como a nenhum homem; que os teus títulos não te preservarão do seu golpe; que ela te poderá ferir amanhã, hoje, a qualquer hora. Se te enterras no teu orgulho, oh! quanto então te lamento, pois bem digno de compaixão serás.
Orgulhosos! Que éreis antes de serdes nobres e poderosos? Talvez estivésseis abaixo do último dos vossos criados. Curvai, portanto, as vossas frontes altaneiras, que Deus pode fazer se abaixem, justo no momento em que mais as elevardes. Na balança divina, são iguais todos os homens; só as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. São da mesma essência todos os Espíritos e formados de igual massa todos os corpos. Em nada os modificam os vossos títulos e os vossos nomes. Eles permanecerão no túmulo e de modo nenhum contribuirão para que gozeis da ventura dos eleitos. Estes, na caridade e na humildade é que tem seus títulos de nobreza.
Pobre criatura! és mãe, teus filhos sofrem; sentem frio; tem fome, e tu vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te, para lhes conseguires um pedaço de pão! Oh! inclino-me diante de ti. Quão nobremente santa és e quão grande aos meus olhos! Espera e ora; a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos que nele confiam, concede Deus o reino dos céus.
E tu, donzela, pobre criança lançada ao trabalho, às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que choras? Dirige a Deus, piedoso e sereno, o teu olhar: ele dá alimento aos passarinhos; tem-lhe confiança: ele não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres do mundo, faz bater-te o coração; também desejaras adornar de flores os teus cabelos e misturar-te com os venturosos da Terra. Dizes de ti para contigo que, como essas mulheres que vês passar, despreocupadas e risonhas, também poderias ser rica. Oh! caia-te, criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores inomináveis se ocultam sob esses vestidos recamados, quantos soluços são abafados pelos sons dessa orquestra rumorosa, preferirias o teu humilde retiro e a tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo guardião para o seu seio volte, cobrindo o semblante com as suas brancas asas e deixando-te com os teus remorsos, sem guia, sem amparo, neste mundo, onde ficarias perdida, a aguardar a punição no outro.
Todos vós que dos homens sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade, mas é igualmente humildade. Se sofreis pelas calúnias, abaixai a cabeça sob essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder, não pode Deus vo-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.
Oh! meu Deus, será preciso que o Cristo volte segunda vez à Terra para ensinar aos homens as tuas leis, que eles olvidam? Terá que de novo expulsar do templo os vendedores que conspurcam a tua casa, casa que é unicamente de oração? E, quem sabe? ó homens! se o não renegaríeis como outrora, caso Deus vos concedesse essa graça! Chamar-lhe-íeis blasfemador, porque abateria o orgulho dos modernos fariseus. E bem possível que o fizésseis perlustrar novamente o caminho do Gólgota.
Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o Deus verdadeiro. Homens e mulheres deram o ouro e as jóias que possuíam, para que se construísse um ídolo que entraram a adorar. Vós outros, homens civilizados, os imitais. O Cristo vos legou a sua doutrina; deu-vos o exemplo de todas as virtudes e tudo abandonastes, exemplos e preceitos. Concorrendo para isso com as vossas paixões, fizestes um Deus a vosso jeito: segundo uns, terrível e sanguinário; segundo outros, alheado dos interesses do mundo. O Deus que fabricastes é ainda o bezerro de ouro que cada um adapta aos seus gostos e às suas idéias.
Despertai, meus irmãos, meus amigos. Que a voz dos Espíritos ecoe nos vossos corações. Sede generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, fazei o bem com humildade. Que cada um proceda pouco a pouco à demolição dos altares que todos ergueram ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos e tereis o reino da verdade. Não continueis a duvidar da bondade de Deus, quando dela vos dá ele tantas provas. Vimos preparar os caminhos para que as profecias se cumpram. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais retumbante da sua demência, que o enviado celeste já vos encontre formando uma grande família; que os vossos corações, mansos e humildes, sejam dignos de ouvir a palavra divina que ele vos vem trazer; que ao eleito somente se deparem em seu caminho as palmas que aí tenhais deposto, volvendo ao bem, à caridade, à fraternidade. Então, o vosso mundo se tornará o paraíso terrestre. Mas, se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos enviados para depurar e renovar a vossa sociedade civilizada, rica de ciências, mas, no entanto, tão pobre de bons sentimentos, ah! então não nos restará senão chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não será. Voltai para Deus, vosso pai, e todos nós que houvermos contribuído para o cumprimento da sua vontade entoaremos o cântico de ação de graças, agradecendo-lhe a inesgotável bondade e glorificando-o por todos os séculos dos séculos. Assim seja. Lacordaire. (Constantina, 1863.)

12. Homens, por que vos queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.
Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas conseqüências. Um único meio se vos oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vosso proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação.
Por que haveis de ter em maior estima o que brilha e encanta os olhos, do que o que toca o coração? Por que fazeis do vício na opulência objeto das vossas adulações, ao passo que desdenhais do verdadeiro mérito na obscuridade? Apresente-se em qualquer parte um rico debochado, perdido de corpo e alma, e todas as portas se lhe abrem, todas as atenções são para ele, enquanto ao homem de bem, que vive do seu trabalho, mal se dignam todos de saudá-lo com ar de proteção. Quando a consideração dispensada aos outros se mede pelo ouro que possuem ou pelo nome de que usam, que interesse podem eles ter em se corrigirem de seus defeitos?
Dar-se-ia o inverso, se a opinião geral fustigasse o vicio dourado, tanto quanto o vicio em andrajos; mas, o orgulho se mostra indulgente para com tudo o que o lisonjeia. Século de cupidez e de dinheiro, dizeis. Sem dúvida; mas por que deixastes que as necessidades materiais sobrepujassem o bom senso e a razão? Por que há de cada um querer elevar-se acima de seu irmão? Desse fato sofre hoje a sociedade as conseqüências.
Não esqueçais que tal estado de coisas é sempre sinal certo de decadência moral. Quando o orgulho chega ao extremo, tem-se um indicio de queda próxima, porquanto Deus nunca deixa de castigar os soberbos. Se por vezes consente que eles subam, é para lhes dar tempo a reflexão e a que se emendem, sob os golpes que de quando em quando lhes desfere no orgulho para os advertir. Mas, em lugar de se humilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida, Deus os abate completamente e tanto mais horrível lhes é a queda, quanto mais alto hajam subido.
Pobre raça humana, cujo egoísmo corrompeu todas as sendas, toma novamente coragem, apesar de tudo. Em sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para os teus males, um inesperado socorro à tua miséria. Abre os olhos à luz: aqui estão as almas dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimento dos deveres reais. Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade. Dir-te-ão que, lá, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-se-ão reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno. - Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1862.)

Missão do homem inteligente na Terra
13. Não vos ensoberbais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso. Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante dAquele a quem tudo deve.
A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tomam instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu.

OLHAI

"Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo."
- Jesus. (MARCOS, 13:33.)


Marcos registra determinada fórmula de vigilância que revela a nossa
necessidade de mobilizar todos os recursos de reflexão e análise.

Muitas vezes, referimo-nos ao "orai e vigiai", sem meditar-lhe a
complexidade e a extensão.

É indispensável guardar os caminhos, imprescindível se torna movimentar
possibilidades na esfera do bem, entretanto, essa atitude não dispensa a
visão com entendimento.

O imperativo colocado por Marcos, ao princípio da recomendação de Jesus, é
de valor inestimável à perfeita interpretação do texto.

É preciso olhar, isto é, examinar, ponderar, refletir, para que a vigilância
não seja incompleta.

Discernir é a primeira preocupação da sentinela.

O discípulo não pode guardar-se, defendendo simultaneamente o patrimônio que
lhe foi confiado, sem estender a visão psicológica, buscando penetrar a
intimidade essencial das situações e dos acontecimentos.

Olhai o trabalho de cada dia.

O serviço comum permanece repleto de mensagens proveitosas.

Fixai as relações afetivas. São portadoras de alvitres necessários ao vosso
equilíbrio.

Fiscalizai as circunstâncias observando as sugestões que vos lançam ao
centro dalma.

Na casa sentimental, reúnem-se as inteligências invisíveis que permutam
impressões convosco, em silêncio.

Detende-vos na apreciação do dia; seus campos constituídos de horas e
minutos são repositórios de profundos ensinamentos e valiosas oportunidades.

Olhai, refleti, ponderai!... Depois disso, naturalmente, estareis prontos a
vigiar e orar com proveito.

Milagre do Natal

Quero neste Natal
Desejar não somente que tenha muitas felicidades neste dia
Mas sim que Milagres te dominam,
E te faça perceber que Natal
Não está somente na virada do dia 24 de Dezembro para o dia 25,
Mas está em todos os dias do ano.
Nesta virada está apenas a concretização de todos os desejos
Feitos durante todo o ano que se passou.
A noite de Natal é fantástica
A cidade fica toda iluminada,
As pessoas sorridentes,
E em instante tudo fica em paz...
O Milagre do Natal
Está no nascimento de nosso salvador
Jesus Cristo,
Ele com toda certeza não deseja um único instante de paz,
Mas deseja que todos tenham um milagre dentro de si.
O céu se ilumina,
Em homenagem a este dia tão sagrado entre todas as famílias.
Os pedidos são de prosperidade, paz e amor...
Mas se Natal é todos os dias do ano,
Por que então deixar para desejar felicidades
Somente em um único dia destes 365???
O Milagre de Natal está no sorriso que no dia-a-dia
Encontramos nas pessoas andando nas ruas,
Nas crianças brincando,
Enfim
O Milagre Natalino está no desejo de cada um de ser feliz.
Pois Milagres existem sim,
Principalmente com tamanha benção de Deus,
Muitas Glórias, Conquistas e Emoções podem ser desejadas
Pois o Natal do dia 25 está chegando,
Faça seus desejos e acredite em todos eles,
Pois estão prestes a se concretizar nesta noite especial...
FELIZ NATAL!!!

Lembranças de Natal

Lembranças antigas de natal,
sonhos, fantasias de criança.
Passar a noite sem dormir,
esperando Papai Noel chegar.

Belas cantigas, noite magistral,
que sempre nos traz paz e esperança,
e que nos ensina a dividir,
a espalhar o bem sem hesitar.

E você que está aí escondido,
que fechou os ouvidos as dores do mundo,
pra qualquer ruído, do povo sofrido, cheio de dor.

Deixe a magia te levar amigo,
abra esse seu coração por um só segundo.
Dê uma ajuda, um abrigo e verás todo poder do amor.

Pedido de Natal

Sabe, Papai Noel, nesse natal, eu queria - de verdade - que as pessoas pensassem mais nelas mesmas do que em mim. Que fossem até suas casas e se abraçassem e depois aos seus, sem medo de disfarce, cara feia por trás das costas, diz-que-disse no canto da sala; e que não se presenteassem tanto com coisas que não podem carregar para sempre (e que não fazem delas pessoas mais felizes).

E que se fizessem orações, que fosse para - antes de tudo - perdoarem-se; e que não me olhassem apenas porquê sou uma criança e é meu aniversário, mas por terem vindo até mim, depois de se aceitarem como são; e que usassem do instrumento mais poderoso que existe, que é a compreensão - caso não conseguissem.

Depois queria que brindassem com o néctar do espírito, que é o amor, olhando-se nos olhos e sendo verdadeiras. Após a ceia, elas poderiam cantar e dançar em louvor ao meu Pai, de mãos dadas, e só se separariam quando voltassem aos seus templos que é dentro delas mesmas, e é a verdadeira morada onde Ele habita.

E seria lá, que mais tarde, passado mais um ano de vida, eu buscaria meus presentes: corações puros, porém fortes, porquê o amor fortalece e a verdade purifica. Almas em paz pela certeza de que nenhum olhar foi esquivo ou superposto. Espíritos ressonando alegria pela descoberta da certeza de que a vida se eleva, nunca cai.

E semblantes tranqüilos de quem já descobriu a verdade. Ela é nela que Eu Sou !!.

Ass: Menino Jesus

CONTO DE NATAL

A família reunida reparte pães e bênçãos. Nas ruas ninguém ao desabrigo. Em cada casa, crianças abrem presentes, adultos trocam sorrisos.

Festas humildes e festas de pompa. Casas onde a ceia é simples, outras onde os pratos se multiplicam. Em nenhuma a mesa, ou a alma, vazia.

Nas mansões, governantes e empresários, juízes e doutores, repartem a riqueza ponderada.

Nos lares menos providos, a mesa suficiente, as bocas saciadas e os corações plenos de esperança pela primeira vez.

No céu, o horizonte acorda e espera o amanhecer de um mundo novo.

O ano... Bem, cabe a nós desenhar cada número que vai formar esse dia glorioso.

Feliz Natal

CANTAI AO SENHOR, VÓS QUE SOIS SEUS SANTOS !

Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua
santidade. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O
choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.(Salmos 30:4 a 5)





Ao ler e meditar sobre a historia de Jonas, vimos que ele tinha uma
personalidade que estava sendo moldada e lapidada por Deus ao ser chamado
para ir pregar numa cidade tido como inimigo dele, fugiu da presença do
Altíssimo , mas em vão foi a sua fuga. Voltando para a cidade pregou e
muitos se converteram e isto desagradou a Jonas, pois ele pensava que nenhum
deles abriria o coração para Deus e com isto o Senhor aplacaria a Sua ira
contra Nineve.



Aprendemos muitas lições, Deus ira-se por momentos, no Seu favor está a
Vida, jamais vai contra a Sua natureza que é o amor, mas não impõe isto a
ninguém, cada pessoa deve decidir pelo caminho que deve andar, em favor de
Deus está a vida.



Na nossa caminhada é natural que encontremos pedras no caminho, podemos
chorar por muitas coisas, mas por que razão o salmista escreve, MAS A
ALEGRIA VEM PELA MANHA?





Isto significa confianca e plena certeza que Deus está cuidando de tudo
nos mínimos detalhes, por mais que o tempo esteja fechado com muitas
tempestades assolando a sua vida e a sua alma, não se desespere, confie e
espere no tempo do Senhor , faca como o Salmista:





Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua
santidade.





Pois por mais que o choro dure uma noite, a alegria certamente vem pela
manha



Deus te abençoe.

Mantenha o equilíbrio.

O equilíbrio depende de serenidade da mente.
Jamais se aborreça nem se exalte.
Não ligue importância às coisas passageiras que lhe vêm de fora.
Não se impressione com o que os outros dizem.
Siga a conduta ditada por sua consciência, e não perca
seu equilíbrio.
Caminhe para a frente, alegre e certo de que há de
vencer, por maiores que sejam as dificuldades do caminho.

Alegre-se.

Não fique só pensando em tristezas, erros, problemas.

A alegria é uma necessidade sua. Com ela, você encontra as
razões de viver e a paz interna.

Levante o olhar, tenha bons objetivos e deixe a alegria
penetrar na sua ama. Olhe a flores que nascem até nas fendas das
pedras para alegrar a vida; a água que brota, apertada, na mina para
contentar a muitos; as nuvens que se formam para dar chuvas
benfazejas; o vento que areja; e o sol que não descansa nunca.

Em tudo, há alegria.

A divindade que faz ser alegre a Natureza está também dentro de você.

ADVENTO ? nova Re-criação !

«Haverá sinais no sol,

na lua e nas estrelas,

e na terra de todos nós,

angústia entre as nações,

confusas e aterradas,

com o rugido e a agitação do mar».



«Os homens morrerão de pavor,

como nos diz o Evangelho,

na terrível expectativa

do que vai suceder ao universo,

pois as forças celestes

serão totalmente abaladas...»



Todos os dias, afinal,

nós somos testemunhas

destes «sinais apocalípticos»,

dos meios da comunicação social,

que, sadicamente,

nos alarmam com as notícias.



Cruzam-se no nosso quotidiano

a ansiedade e a glória,

a esperança e o terrorismo,

o afundamento no caos

e o arrebatamento na graça.



Mas Deus não nos deixa sós

e no espaço vazio

da nossa maior desolação,

lança constantemente

o conforto da esperança,

e as bases dum mundo novo.



Quando Cristo se perfila

no horizonte da nossa história,

como acontece em cada Advento,

nós já sabemos pela experiência,

colhida em cada ano,

que Ele vem para recapitular.



É uma recapitulação,

absolutamente necessária,

da sua existência contínua,

da sua solidariedade connosco,

desde o começo até ao fim,

em tudo o que aflige a humanidade.



A Cruz é sempre o lugar

dessa recapitulação criadora ;

nela Cristo se identifica connosco

ao assumir a nossa natureza humana

e se alia com o Pai e com o Espírito,

para a ir substituindo

pela novidade da re-criação.



Cada Advento é mais uma etapa

neste processo de renovação criadora,

que só ficará concluído

no mistério pascal de Jesus Cristo,

mas que, progressivamente,

vai abrangendo por completo

todas as gerações humanas.



Gerações humanas essas

que aderem à sua entrega

para uma salvação universal,

e nesse mistério sublime

colhem a força da esperança,

a compensação da fé

e a criatividade do amor.

Desenvolva a parte humana do seu ser.

Não viva apenas na parte vegetal ou animal,

por meio do instinto.

Procure conhecer a Verdade de sua

origem e de seu destino, utilizando seu pensamento

para conhecer-se a si mesmo cada vez mais.

Por menos cultura que você possua,

você tem uma inteligência, com capacidade

para raciocinar e pensar.

Você sofre quando não ligam para o que você sente?

Você sofre quando não ligam para o que você sente?

Quando isso ocorre, vem a raiva ou o
desprezo contra quem assim age conosco.

Mas, pensemos bem.

Talvez a pessoa de quem requeremos
atenção esteja mais necessitada do que nós.

E nem tem como expressar as suas dores.

É como reclamar de dores nos
pés para quem não tem pernas.

Então, pergunte-se: Não tenho condições de
eu mesmo resolver os meus problemas?

Procure e achará os meios, certamente.

Não procure nos outros o que você
pode encontrar em si mesmo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Você pode ir mais longe.

Talvez você até pense que já fez tudo o que poderia fazer,

que já foi até onde dão as suas forças ou que deve

deixar o mundo como está, que não adianta mesmo

tentar ir adiante e que o melhor é não fazer nada.

Puro engano.

Você, por ter a vida, possui grandes reservas de força, de ação,

de realização, para usar no que a sua imaginação alcançar.

O desânimo, a desesperança não deve impedir a sua marcha.

Não os agasalhe.

Não se dê por vencido.

O de que você mais precisa é acreditar em si e pôr-se a agir.

Nossa Senhora da Medalha Milagrossa

Apareceu várias vezes para Santa Catarina Labouré, na Capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, sendo a principal aparição a do dia 27 de novembro de 1830.

Apareceu de pé sobre um globo, pisando uma serpente, segurando com as duas mãos um globo menor, que tinha sobre ele uma cruzinha de ouro. Os dedos de suas mãos derrepente encheram-se de anéis com pedras preciosas e saiam raios luminosos, em todas as direções e, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

Santa Catarina Labouré contou que: A Virgem Santíssima baixou os olhos para mim e me disse: "Este Globo que vês representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que as pedem". O globo desapareceu de suas mãos e estas inclinaram-se para a terra em atitude amorosa, saindo os raios de luz de suas mãos. Em volta da Virgem Santíssima formou-se um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam as palavras que cercavam a Virgem Santíssima: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo da letra M estavam os corações de Jesus e de sua Mãe, o dele cercado por uma coroa de espinhos e o dela atravessado por uma espada. Contornando o quadro havia uma coroa de doze estrelas.

Santa Catarina ouviu uma voz que dizia: "Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para os franceses e para aqueles que a usarem com confiança".

Essa aparição se repetiram várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor.

Oração

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pé para vos expôr, durante esta oração, as nossas mais prementes, necessidades.


(momento de silêncio e de pedir a graça desejada).


Concedei, pois ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave Maria e depois:

ò Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

Prece para o Dia de Ação de Graças

Deus do Amor e da Vida, Nossa família e comunidade vêm festivamente agradecer pelas incontáveis bênçãos recebidas.

Aceita nossa filial gratidão por tantos presentes que, tão generosamente, ofereces a cada novo dia, ano e fases de nossa vida: Dons materiais, genéticos e espirituais, dons do alimento, vestes e abrigo; dons da família, das amizades, do trabalho e lazer; dons da fé e do amor, do conhecimento e da sabedoria; dons das virtudes, da saúde e até das dificuldades que abrem caminhos de união, de solidariedade e que nos ensinam a perceber que tudo aqui é passageiro.

Ao celebrar esse Dia de Ação de Graças, nosso coração se enche de alegria ao perceber que tantas pessoas generosas encontram uma forma de partilhar os bens recebidos, procurando tornar a vida de pessoas carentes um pouco mais confortável e mais perto do teu plano de Deus Criador, que deseja uma vida digna e em abundância para todos nós, teus filhos amados.

Que a Festa de Ação de Graças continue sendo, por muitos anos e em muitos lugares, fonte de esperança para os pais que não conseguem dar tudo de que seus filhos necessitam. Seja também resposta às preces de tantas pessoas.

Que a PAZ seja decorrência da justiça e da partilha de todos nós, filhos de um mesmo Deus que é Pai-Mãe-Amor!
Nossa gratidão também é feita de prece silenciosa e lágrima comovida pelo teu imenso amor que chega até nós, de mansinho, no carinho e atenção das pessoas com quem convivemos e aquelas que já retornaram aos teus braços amorosos.
Que o Amor, a Solidariedade, a Justiça e a Paz se estabeleçam em nossas famílias, comunidades e no mundo todo. Assim seja!

Oração pela União dos Povos

"Senhor Deus, Todo Poderoso, nós te pedimos nesta hora, pela intercessão de todos os santos que se guiaram pelo exemplo de Cristo, que nos conceda a Luz para perceber o Caminho, a Verdade, para trilhá-lo, a Vida para percorrê-lo na tua graça e nos teus ensinamentos.
Digna-te, Senhor da Bondade, a nos fazer companhia nesta noite de paz na terra entre os homens de boa vontade, para que possamos, na reflexão provocada pela tua presença, entendermos melhor o destino que nos reservas e tudo aquilo que esperas de nós.
Nós te bendizemos nesta noite, te louvamos e te honramos, assim como a teu dileto Filho e nosso Irmão, Jesus Cristo, que por nós se submeteu ao suplício, deixando-nos o exemplo e a lição sublima da ressurreição.
Envolve-nos, Senhor, no manto sereno da tua proteção, para que possamos, por mais um ano, louvar-te aqui na Terra, da mesma forma como o coro de Anjo te louva no Paraíso.
Amém!"

Olhe para trás!

Está vendo o caminho percorrido? Entre quedas e tropeços, subidas e descidas, momentos bons e ruins, chegamos até aqui.

Vivemos histórias que não pertencem a ninguém mais. Guardamos na memória fatos que máquina nenhuma no mundo conseguirá revelar: fazem parte das nossas lembranças, nossos passos e da pessoa única que somos.

Mas, infelizmente, temos o hábito de guardar cicatrizes do que nos fez infelizes e olharmos como uma lembrança distante e apagada o que nos deu alegria. É possível ressentir uma grande dor com grande intensidade, trazendo à tona as mesmas emoções vividas, mas como é difícil ressentir do mesmo jeito uma felicidade que um dia nos fez vibrar!

O ideal seria inverter as situações. Guardar na pele e na alma cicatrizes do que nos fez bem e nos lembrar do mal sem muita nitidez. Guardar das pessoas o lado bom, o bem que nos fizeram e o que de bom vivemos juntos. Talvez devesse constar com mais freqüência as palavras "perdão" e "compreensão" no nosso dicionário.

De vez em quando, digo, olhe para trás! Mas não se volte completamente. Olhe apenas o bastante para se lembrar das suas lições para que estas te sirvam no presente. Não lamente o que ficou, o que fez ou deixou de fazer. O que é importante seu coração carrega.

Olhe diante de si! Há esse véu encobrindo o que virá, deixando entrever apenas o que seus sonhos permitem. Mas existe dentro de você uma sabedoria de alguém que desbravou alguns anos da história. Existe dentro de você uma força que te torna capaz!

O dia chega insistente como as marés do oceano. Às vezes calmo, outras turbulento, mas presente sempre. Vivo sempre. Cada noite dormida é uma vitória, cada manhã, um novo desafio. E você nunca está sozinho, mesmo quando se sente solitário. Todo o seu passado está gravado em você, como gravadas estão as pessoas que você amou.

Levante esse véu pouquinho a pouquinho a cada amanhecer; sem pressa, saboreando a vida como uma aventura, nem sempre como um mar calmo e tranqüilo, mas possível, muito possivelmente vitoriosa. Construa hoje as suas marcas de amanhã.

INIMIGOS

Inimigo. A palavra traz uma carga negativa impressionante! O inimigo é alguém que desperta em nós os sentimentos mais primitivos: medo, ódio, desejo de vingança.

Diante de um inimigo, as mãos ficam geladas, o coração bate forte, o sangue pulsa nas têmporas. E a pergunta surge: Como agir? O que fazer?

A resposta a essa pergunta foi dada pelo Cristo: Ama o inimigo, ora pelos que te perseguem.

Mas, nós, que somos pessoas comuns, costumamos reagir a esse conselho de Jesus.

E nos perguntamos: Amar o inimigo? Fazer o bem a quem nos feriu e maltratou?

E, em geral, concluímos: Impossível. Para nós, a expressão "Amar o inimigo" parece uma utopia.

Em alguns casos, até somos irônicos: "Esse ensinamento de Jesus não é para nós. Ainda somos muito imperfeitos."

O que acontece é que não entendemos corretamente o significado da palavra "amar", quando se aplica ao inimigo.

Jesus era um sábio. Ele conhecia profundamente a alma humana. Você acha que Ele iria sugerir algo que não seríamos capazes de fazer?

Claro que não! odas as sugestões de Jesus são perfeitamente possíveis. Por isso vamos examinar melhor essa questão do amor ao inimigo?

A primeira coisa é entender o que significa a expressão "amar o inimigo."

Com essas palavras, Jesus apenas nos convida a perdoar quem nos fez mal. Ou, no mínimo, apela para que não busquemos a vingança.

Parece difícil? Nem tanto. Vamos falar de forma prática.

Se alguém tem um inimigo, em geral, qual é a atitude que adota?

A maioria das pessoas mantém o inimigo permanentemente em seus pensamentos.

Não consegue pensar em nada, além da pessoa odiada.

E assim a vida segue. Quem odeia mantém-se escravo do inimigo.

Faz as refeições, dorme, acorda, trabalha e vive constantemente em meio a esse sentimento de rancor, alimentando desejos de vingança.

Parece ruim? Pois é exatamente o que fazemos: deixamos o inimigo comandar a nossa vida. Tornamo-nos escravos daqueles que odiamos.

Por isso a sabedoria da proposta de Jesus, que é a libertação dos laços que nos prendem aos inimigos.

Perdoar é mais fácil. Deixa a alma mais leve, o corpo mais saudável, as emoções sob controle.

Quando o Cristo pronunciou a expressão "amar o inimigo", na verdade, ofereceu um caminho de equilíbrio e de serenidade.

É claro que o Cristo não espera que tenhamos pelos inimigos o mesmo amor que dedicamos à família e aos amigos.

Jesus quer apenas que afastemos de nosso coração a mágoa, a infelicidade, o ódio e o desejo de vingança.

Por isso ele aconselhava: Orem pelos que vos ofendem.

E nessas preces, pedi a Deus que vos dê forças para superar a ofensa vivida.

Pedi também a Deus que vos ofereça oportunidade de ser útil àquele que vos feriu.

Se essa oportunidade surgir, não deixemos passar a chance de sermos úteis e bons. Gestos desse tipo fazem nascer na alma o sentimento de superação, de etapa vencida.

É um momento único, encantador.

Pensemos nisso!

A Árvore dos Problemas

Certo fazendeiro resolve contratar um carpinteiro para uma série de reparos em sua propriedade. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu de seu carro furou, fazendo com que ele deixasse de ganhar uma hora de trabalho. Sua serra elétrica quebrou, e aí ele cortou o dedo. Como se não bastasse, no final do dia, seu carro não funcionou.

Assim, o fazendeiro resolve oferecer carona para casa. Percorrida a viagem, o carpinteiro convidou-o a entrar e conhecer sua família. Quando os dois se dirigiam à porta da casa, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.

Ao abrir a porta de casa, o carpinteiro já parecia outro: os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso. Ele abraçou os filhos e beijou a esposa.

Após uma alegre refeição, o fazendeiro agradeceu e despediu-se de todos. O carpinteiro acompanhou seu convidado até o carro.

Assim que passaram pela árvore, o fazendeiro questionou seu anfitrião sobre o motivo pelo qual ele tocara na planta antes de entrar em casa.

- Ah! Esta é a minha planta dos problemas. Eu sei que não posso evitar todos os problemas no meu trabalho, mas eles não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e só os pego de volta no dia seguinte. E o senhor quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando volto para buscar meus problemas, eles não são nem metade daquilo que eu lembro de ter deixado na noite anterior.

Jamais descarregue seus problemas e frustrações nos outros, principalmente naqueles que você tanto ama.

FESTEJANDO O NATAL

Noite de Natal,
tudo pronto para a grande festa,
casa enfeitada, mesa posta,
pratos e talheres acomodados
sobre uma toalha branca,
bordada com bolas coloridas.
Um pinheiro enfeitado com laços de fitas vermelhas,
dá vida a um canto da sala,
pacotes e mais pacotes coloridos,
contornam a árvore de natal.
Um lindo presépio faz lembrar o nascimento de Jesus,
o cestinho ainda está vazio, esperando os sinos badalarem
para a chegada do menino Jesus.
O cheiro de rabanada que vem da cozinha,
esvoaça pela casa toda...
É Natal!
de longe já se pode ouvir o badalar dos sinos,
chegou a grande hora, a porta se abre...e
Papai Noel faz sua entrada triunfal!
As crianças se agitam e todos vão para
frente do pinheiro enfeitado, a entrega dos presentes
começa e entre suspiros e gritos de alegria,
chegam ao final dessa parte.
Chegou a hora da ceia,
na mesa, onde os pratos se acomodavam,
já estão os quitutes natalinos...
São feitos brindes e mais brindes,
brindam os presentes, as vistas, o vizinho solícito,
os pais que vieram de longe...
Vocês lembram, que tinha um cestinho no presépio?
pois é, ele continua lá, porem, vazio...
Onde está o Menino Jesus, não era para ele essa festa?
ficou no esquecimento, papai Noel tomou a frente.
Que pena!
Mesmo assim, Feliz Natal!
Paz, Harmonia e Amor!
Principalmente, Amor!

Perceba a sua riqueza interior.

Diga conscientemente:

Tenho um tesouro dentro mim.

Ele é inesgotável.

Sinto-o.



E não vacile nessa crença, pois você

se torna aquilo que vê em si mesmo.



Você se deprime, ao se imaginar pobre, sem
qualidades, sem rumo: e se alegra, ao se perceber com

capacidades, energias e esperanças.



Reconheça-se em progresso, em paz, feliz, e assim será.



Você notará.



Quando você sente um tesouro dentro de si, rico já está.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O REAL ESPÍRITO DE NATAL

O real espírito de Natal,
está presente num beijo, num abraço fraterno,
num aperto de mão, num olhar carinhoso,
num sorriso, numa brincadeira,
que faça a felicidade de uma Noite de Natal...
O sentimento de espírito de Natal,
é a esperança que tem aquele idoso hospitalizado,
de quem alguém venha visitá-lo...
é o sonho acalentado por aquela criança,
que sente frio na Noite de Natal,
de que alguém venha abrigá-la,
que alguém venha alimentá-la...
O verdadeiro Papai Noel,
está dentro de nós mesmos...
Está presente quando sonhamos realizar,
não só os nossos, mas também
os sonhos de nossos semelhantes...
Está presente que pessoas amigas
estão reunidas em desejos fraternos,
com sentimentos ternos,
justificando Jesus em seus pensamentos eternos,
apenas pedindo
PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE...

O MAIOR SINAL

É Natal! ...
Fulgura a Divina Estrela sobre as vidas!...

Refletem-no, de algum modo, os semblantes:
dos pobres, dos ricos, dos bons, dos que se fazem maus...

Dos sábios e dos que ignoram.
Dos atentos, dos desligados.
Dos libertos, e por sua vez,
dos limitados de todo o jaez.

Há Natal em madeira de lei,
Natal em mesa de pinho.
Natal da mesa que derrama,
Natal da mesa que reclama,
Natal da água e do vinho.

Em Dezembro, perfumosas,
carregam as rosas da solidariedade.
Há preocupação. Há integração. Há siso.

Em luta inglória,
ainda persiste a frialdade.
Falso juízo.

No Natal, acordados, felizes,
dão-se os solidários incontidos.

À sombra, crendo-se remidos, outros espiam...
dos vitrais coloridos.

A disputar privilégios e haveres,
indiferentes quase, aos Sinais,
ébrios de ilusões, seguem muitos mais.

Dezembro!...
Revigora-se a Esperança!...
Alteia-se o Divino Canto,
o Convite do Amor não amado
em socorro a todo mal.

(Despertemos para o Grande Sinal!...)

Hosanas nas Alturas!...
Humanizam-se as criaturas!...
O mundo sonha!...
É NATAL!!! ...

Filosofia de Compreensão

transcurso de um dia não faltam motivos para revides,
agressões, quedas morais.

Uma pessoa desatenta choca-se contigo e não se desculpa. Outra, irreverente, diz-te um doesto e segue, sorrindo. Mais alguém, em desequilíbrio, não oculta a animosidade que lhe inspiras.
Outrem mais, de quem sabes que te censura e, mentindo contra ti, acusa-te, levianamente... Tens vontade de reagir.
“Também sou humano” – costumas pensar. Somente que reações semelhantes àquelas não resolvem o problema.
Deves nivelar-te às pessoas, pelas suas conquistas e títulos de
enobrecimento, numa linha superior, e não pela sua mesquinhez.
Ninguém passa, na Terra, sem provar a taça da incompreensão.
Cada qual julga os outros pelos próprios critérios, mediante a
sua forma de ser, como é natural.
O que se não possui é desconhecido; portanto,

difícil de identificado noutrem.

* * *
Não é necessário que se te despersonalizes evitando apresentar- te conforme és. Faz-se mister que te superes vencendo a parte negativa do teu caráter, aquela que censuras nos outros. Lapidando as tuas arestas, tornar-te-ás melhor e mais feliz.
Aqueles que são exigentes, que gostam de aclarar tudo, resolver as situações que lhes surgem, padecem de distúrbios emocionais, sofrem ulcerações gástricas e duodenais, vivem indispostos. Será que esses perturbadores e insolentes do caminho merecem que te desarmonizes?
Segue em paz, durante todo o teu dia, e arrima-te na filosofia
da compreensão e da solidariedade, ajudando-os, sem reagires
contra eles. Isto será melhor para ti e para todos.

O VERDADEIRO LAR

O mundo daquela mãe havia desabado, com o divórcio. Herdou muitas contas atrasadas, incluindo as prestações da casa e o plano de saúde.

Seu emprego de meio expediente gerava uma renda muito pequena e poucos benefícios.

Sem nenhum apoio financeiro, ela perdeu a casa.

Para não ficarem ao relento, com muito sacrifício conseguiu alugar um trailer que ficava estacionado num acampamento local, para ela e seu filho de cinco anos.

Aquilo era só um pouco melhor do que morar em seu pequeno carro, mas ela desejava, de coração, poder proporcionar algo mais para sua criança.

Certa noite, depois de brincar um pouco com um jogo de tabuleiro e ler algumas estórias, a mãe mandou seu filho ir brincar do lado de fora até a hora de ir dormir.

Enquanto o garoto se distraía, ela sofria sobre o talão de cheques.

De repente, ouviu vozes e deu uma olhada pela janela. Lá estava o gerente do acampamento falando com seu filho:

Hei, garoto, você não gostaria de ter um lar de verdade?

A mãe ficou tensa, prendeu a respiração e chegou mais perto da janela para ouvir a resposta.

Uma emoção muito forte tomou conta daquele coração de mãe, tão sofrido e tão dedicado, quando ouviu a resposta de seu filho:

Mas nós já temos um lar de verdade. Só não temos, por enquanto, uma casa para colocá-lo.

Em sua inocência infantil, aquele garotinho de apenas cinco anos de idade, já sabia o que é um verdadeiro lar.

Há tantas construções luxuosas, tantos castelos imensos, que servem apenas para proteger seus habitantes das intempéries, mas não se prestam a oferecer o calor do afeto de um lar aconchegante.

O espaço físico pode ser amplo, mas se não houver os laços do amor, não será um lar de verdade.

Uma casa é fácil de construir, mas também é fácil de desmoronar, basta uma forte tempestade, um terremoto, um maremoto, ou outro fenômeno equivalente.

Mas a construção de um lar requer um investimento diferente. É preciso muita atenção, renúncia, entendimento, perdão, ternura, afeto, companheirismo e confiança.

Um lar assim jamais será destruído, porque seus alicerces são invisíveis e resistentes até mesmo às mais ameaçadoras catástrofes.

Dentro desses lares, dificilmente o vício terá acesso. Mas se por acaso penetrar sorrateiramente, logo será vencido pelo diálogo sóbrio que faz parte dessa construção.

As lutas podem ser difíceis, mas a união baseada no amor vencerá sempre porque suas estruturas são inabaláveis.

Quantas famílias vivem sob o mesmo teto e não se conhecem...

Quantos familiares se isolam nos vastos cômodos, carregando sozinhos seus dramas sem compartilhar com ninguém, pois são estranhos vivendo na mesma casa.

Mas se há um lar verdadeiro, podem faltar recursos financeiros e até o necessário, mas os laços do afeto estarão sempre bem apertados, dando sustentação e esperança para aqueles que nele vivem.

* * *

O lar é um templo onde podemos cultivar e manter as mais puras afeições e os mais sagrados laços de amor.

Por isso, façamos do nosso lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.

Não venho pedir favor

Por compreender quando não posso fazer-lhe um favor,

Por sentir minha necessidade mesmo que eu não a demonstre,

Por se entristecer com a minha tristeza,

Por se alegrar com a minha alegria,

Por não se ofender quando quero ficar só,

Por rir com meu bom humor mesmo que o seu vá mal,

Por me perdoar se às vezes o magôo

... por tantas e incontáveis coisas mais ...

Não !
Não vim para pedir-lhe favor... eu ficaria sem jeito ...
... mas você é tão meu amigo,
que esse favor já está feito!

Vê asmanifestações de Deus.

Para construir o íntimo saudável e feliz, enxerga o que
Deus faz ao teu redor.

Deus está em tudo.

Ele se faz presente na folha seca que cai da árvore, no
vento que toca a tua pele, no sol que surge de manhã ou
que vai embora ao fim do tarde, no fruto que saboreias,
na flor que encanta e que exala perfume, na água que te
banha ou extingüe a sede, na roupa que usas e em tudo
o mais.

Deus é alegria.

Quando identificas em Deus o supremo poder que te envolve
e acaricia, fazes dentro de ti alterações positivas e
atrais circunstâncias agradáveis que te mostram um mundo
onde é fácil viver.

Sempre que vês Deus, Ele também te vê.

Se a sombra dos dias...

Se a sombra dos dias tristes perturbar a subida, volte
seu pensamento a Deus, que está dentro de cada um de nós.
A vitória nos chega por meio das lutas que travamos
dentro de nós mesmos.
Se as quedas magoam o corpo, servem para libertar o coração.
E, depois de vencer, espalharemos o amor em redor de
todos nós, porque pelo amor conseguiremos vencer a nós mesmos.

Vamos Pensar

O que há por trás de cada agressão senão o medo? E, o que há
por trás do medo
senão a falta de amor?
Não te enganes em tuas justificativas para as agressões que
cometes contra ti mesmo e contra os teus irmãos.
No fundo, apenas queres ser amado,
acariciado pelas mãos da vida...
Lembra que onde o coração descansa,
o amor ecoa sua canção.
Lembra que a única realidade que
fica é o amor.
Tudo que está em oposição ao amor
não tem significado, passa como os ventos antes das chuvas,
como os dias antes das noites.
Portanto, procura não alimentar e nem dar realidade àquilo que
tem por objetivo obscurecer a tua luz,
dando-te como consolo a culpa, a escuridão, por teres ferido
não só ao teu irmão, mas a ti mesmo.
Alimenta tua amorosidade, tua alegria,
teu silêncio de paz.
Mas, se não puderes controlar a fúria
em teu ser, silencia e observa.
Aprende que tamanha energia pode ser usada em prol do
entendimento, da compreensão do teu momento presente,
e não usada, equivocadamente, contra aquele que imaginas querer
destruir tua paz.
Não há no céu ou na terra alguém
que tenha o poder de apagar o que
desejas manter aceso.
E que esta chama seja a fidelidade à tua inocência, ao teu
desejo de compartilhar com os teus o que de melhor
tens aprendido.

Não importa quanto amor se dê aos outros,
se não amarmos a nós mesmos,
ninguém vai nos amar o suficiente"

Tudo tem solução.

Você pensa de um jeito não dá certo, pensa de
outro, também não. Parece que não há saída.

Esta falta de solução oprime o seu cérebro, age
sobre o seu sistema nervoso, transparece nos seus olhos e na sua voz.

Você fica tenso.

Mas, amigo, com o tempo tudo sofre modificações e
desvios. Não há problema insolúvel.

Confia na transformação que virá.

O problema desaparece à proporção que
aumenta a sua confiança em si mesmo.

Não sofra por pequenas coisas.

Às vezes, o pequeno deslize do outro é aumentado por
um pensamento negativo nosso até um ponto intolerável.

Uma palavra, uma crítica, uma mínima ação, um olhar, um gesto,
um riso podem crescer de importância e chegar ao imprevisível.

Mas, se você não ligar, deixar que "entre por um
ouvido e saia por outro" ou olhar por outro lado,
certamente que, logo, tudo volta ao normal.

Não dê valor ao que nenhum valor tem.

Quando você reduz um lado negativo
aumenta um lado positivo.

Fortaleça-se!

Pense em Deus com fé e energias profundas chegarão a você.



Com elas, estarão a alegria, a paz, o ânimo.



Assim como Deus atua na planta mesmo antes de ela se
tornar semente, Ele age em você mesmo antes de sua

concepção e o acompanha pela eternidade afora.



Mesmo que você não ame a Deus, Ele ama você.



Mas, se você O ama, acaba sentindo o amor dEle por você.



Um toque de Deus, mesmo que tenha a rapidez de um raio,
fortalece-nos pela vida inteira.

Quem não precisa de nada tem tudo...

Ah!... A felicidade!

Mesmo que os acontecimentos tragam pouco ou

nenhum benefício, expresse, com alegria:

"Que felicidade haver recebido isto.

Fico contente.

Não vejo necessidade de grandes acontecimentos ou

surpresas para despertar meu contentamento.

Fazendo assim, aprendo a agradecer

e a render graças a Deus."

A alegria nasce de pequenas coisas.

Quem contenta com o pouco não

precisa do muito para ser feliz.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

UMA ORAÇÃO PARA A VELHICE

Que a Luz da tua alma cuide de ti.
Que toda a tua preocupação e ansiedade por envelhecer sejam transfiguradas.
Que te seja concedida uma sabedoria com o olho da tua alma, para enxergar esse belo tempo de colheita.

Que tenhas o compromisso de colher a tua vida, cicatrizar o que te feriu, e permitir-lhe chegar mais perto de ti e fundir-se contigo.
Que tenhas grande dignidade, que tenhas consciência do quanto és livre e, acima de tudo, que te seja concedida a maravilhosa dádiva de encontrar a luz eterna e a beleza que está no teu íntimo.
Que sejas abençoado e que descubras um amor maravilhoso em ti por ti mesmo.

Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes

Dom de curar
1. Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (S. MATEUS, cap. X, v. 8.)

2. "Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido", diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.

Preces pagas
3. Disse em seguida a seus discípulos, diante de todo o povo que o escutava: -Precatai-vos dos escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos festins - que, a pretexto de extensas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa. (S. LUCAS, cap. XX, vv. 45 a 47; S. MARCOS, cap. XII, vv. 38 a 40; S. MATEUS, cap. XXIII, v. 14.)

4. Disse também Jesus: não façais que vos paguem as vossas preces; não façais como os escribas que, "a pretexto de longas preces, devoram as casas das viuvas", isto é, abocanham as fortunas. A prece é ato de caridade, é um arroubo do coração. Cobrar alguém que se dirija a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. A prece, então, fica sendo uma fórmula, cujo comprimento se proporciona à soma que custe. Ora, uma de duas: Deus ou mede ou não mede as suas graças pelo número das palavras. Se estas forem necessárias em grande número, por que dizê-las poucas, ou quase nenhumas, por aquele que não pode pagar? E falta de caridade. Se uma só basta, é inútil dizê-las em excesso. Por que então cobrá-las? É prevaricação.
Deus não vende os benefícios que concede. Como, pois, um que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez nenhum resultado produza? Não é possível que Deus subordine um ato de demência, de bondade ou de justiça, que da sua misericórdia se solicite, a uma soma em dinheiro. Do contrário, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, a justiça, a bondade e a demência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom senso e a lógica dizem ser impossível que Deus, a perfeição absoluta, delegue a criaturas imperfeitas o direito de estabelecer preço para a sua justiça. A justiça de Deus é como o Sol: existe para todos, para o pobre como para o rico. Pois que se considera imoral traficar com as graças de um soberano da Terra, poder-se-á ter por lícito o comércio com as do soberano do Universo?
Ainda outro inconveniente apresentam as preces pagas: é que aquele que as compra se julga, as mais das vezes, dispensado de orar ele próprio, porquanto se considera quite, desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos se sentem tocados pelo fervor de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que comete a terceiro o encargo de por ele orar, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será isso reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso?

Mercadores expulsos do templo
5. Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou por expulsar dali os que vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombos: - e não permitiu que alguém transportasse qualquer utensílio pelo templo. - Ao mesmo tempo os instruía, dizendo: Não está escrito: Minha casa será chamada casa de oração por todas as nações? Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões! - Os príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o perderem, pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua doutrina. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 15 a 18; - S. MATEUS, cap. XXI, vv. 12 e 13.)
6. Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

Mediunidade gratuita
7. Os médiuns atuais - pois que também os apóstolos tinham mediunidade -igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.

8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? E fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.

9. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. E que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguinte-mente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)

10. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.

Caminho de Luz

Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas, enquanto existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no mundo, cooperando para que se dissolva a lama da delinquência na charrua do suor ou na fonte das lágrimas.Podem surgir crianças-problemas e jovens transviados de todos os matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas, enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes, levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos enfermos.Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações populares pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem juízes compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela do bem, onde as vitimas da sombra retornem de novo à luz.Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da guerra, como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem sacerdotes e missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e perdoar, luzirá o templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como autêntica oficina de acrisolamento da alma.É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações acordados ao clarão do amor sem mácula.Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis de renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem de todo nas tenebrosidades do abismo ; esposas renascidas do nevoeiro carnal apóiam companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no tálamo doméstico ; filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio, e arautos de idéias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles que lhes continuam as obras.Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do destino não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem complicados instrumentos de tua dor.A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a lição.E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do sofrimento, ama os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam, porque a Lei conhece o motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e erguer-te-á o ânimo, aqui e além da Terra, para que prossigas no apostolado do amor, em perpetuidade sublime.

Você é importante

Você é importante
- Quando ama o trabalho que faz e as pessoas que o fazem com você, você se torna importante.
- Quando você é tão cuidadoso, generoso e preocupado que você pensa em outras pessoas, antes de você, você se torna importante.
- Quando você faz do mundo um lugar melhor do que você o encontrou, você se torna importante.
- Quando você continua a aumentar a qualidade do que faz e como você faz, você se torna importante.
- Quando você ensina e perdoa e ensina mais ainda, antes de julgar e criticar, você se torna importante.
- Quando você toca no coração e na alma das pessoas por suas ações (e palavras), você se torna importante.
- Quando as crianças crescem querendo ser você, você se torna importante.
- Quando você vê o mundo como está, mas insiste em tentar fazê-lo como acha que ele pode e deve ser, você se torna importante.
- Quando você inspira um ganhador do prêmio Nobel ou um morador de favela, você se torna importante.
- Quando o lugar se enche de luz quando você entra, você se torna importante.
- E quando o que você deixa para outras pessoas continua por horas, dias ou uma vida toda, você se torna importante.

RECOMPROMISSO

T odos os dias é absolutamente necessário que você se relembre dos compromissos que você assumiu; o passo seguinte é recomprometer-se com eles. Para alguns a necessidade é de se recomprometer a separar um tempo para meditar e orar; para outros o recompromisso seja fazer aquele contato com aquela pessoa, ou estar presente naquela reunião.

A realidade é que em apenas um dia mil e umas coisas irão chamar a sua atenção para uma outra direção, que difere daquela que já foi estabelecida. O telefone irá tocar, o patrão irá lhe dar um “projeto especial”para você se envolver e a vida vai lhe envolvendo...

Ouça: todo piloto e todo capitão de navio sabe que os ventos e as correntes maritimas podem leva-los perigosamente para fora do seu percurso. Esse é um processo natural, alguma coisa que eles sabem que vão enfrentar e pela qual tem de estar constantemente alertas. A sua vida não é diferente. À semelhança de um piloto, check a sua localização, estabeleça sua direção e vá em frente cofiando nos propósitos de Deus para a sua vida.

NOSSOS SONHOS

Você sonhou esta noite? Não se recorda?

O que é o sonho? Ele é o produto da liberdade que goza a alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa.

O sonho pode ser dividido em três categorias principais. O primeiro é o chamado sonho ordinário ou cerebral. É simplesmente o reflexo das impressões e imagens arquivadas no cérebro durante o período de vigília.

Ao adormecermos, tais imagens se liberam sem direção consciente e então temos cenas indecisas, sem sentido, sem coordenação. E que permanecem na memória.

Estados de sofrimento ou de doenças, facilitando o desprendimento do Espírito, aumentam ainda mais a incoerência e a intensidade dos sonhos. As impressões e imagens se chocam e se confundem.

A segunda categoria se dá quando o Espírito flutua na atmosfera, sem se afastar muito do corpo. Mergulha no oceano dos pensamentos e imagens que rolam, de todos os lados, pelo espaço.

Aí colhe impressões confusas. Tem estranhas visões. Sonhos inexplicáveis.

Também pode, nesse estado, mergulhar no passado, rever acontecimentos desta ou de anteriores vidas.

Esses sonhos, de uma infinita diversidade, conforme o grau de liberdade do Espírito, afetam sobretudo o cérebro físico. É por isso que deles conservamos a lembrança ao despertar.

O sonho profundo ou sonho espírita se dá quando o Espírito fica mais livre do corpo. Desprende-se da matéria e vai ao encontro dos seres amados, seus parentes, seus amigos, seus guias espirituais.

Também pode se encontrar, nesse estado, com outras almas, no momento encarnadas na Terra. Desses sonhos, o Espírito conserva impressões, que nem sempre afetam o cérebro físico.

Mas se gravam na consciência e depois surgem, no transcorrer dos dias, como pressentimentos, intuições, etc.

É por isso que o provérbio diz: A noite é boa conselheira.

São também registrados, com frequência, fenômenos de premonição durante os sonhos.

A mulher de Júlio César sonha com o assassínio do marido e tudo faz para que ele não vá ao Senado, naquele dia.

Abraão Lincoln, Presidente dos Estados Unidos, sonhou que se achava em uma calma como de morte. Ouviu soluços. Percorreu várias salas e no centro de uma delas viu um corpo deitado, vestido de preto, guardado por soldados. Enorme multidão chorava.

Quem morreu na Casa Branca? - perguntou. Um soldado respondeu: O Presidente. Foi assassinado. Pouco tempo depois ele morria assassinado.

E os pesadelos? São produto dos nossos desejos, recordações ou experiências espirituais inferiores, devido a um estado mental conturbado.

O maior antídoto contra os pesadelos é buscar manter o pensamento e a vontade ligados no bem. Uma boa vivência diária, uma boa leitura antes de dormir, oração sentida são excelentes recursos para termos bons sonhos.

Ainda uma vez, quem vive o bem, também sonha o bem.

* * *

Os sonhos não são verdadeiros como entendem os ledores da sorte.

É absurdo, pois, pensar que sonhar com uma coisa anuncia outra.

As preocupações do dia podem dar àquilo que se vê em sonhos, a aparência do que se deseja ou se tem medo. É um efeito da imaginação.

As interpretações supersticiosas, que pretendem relacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, devem ser repudiadas.

Gasta-se com isso preciosos recursos e oportunidades da existência.

O BALANÇO

Um balanço ao vento se move suavemente.

Não se vê chão, não se vê céu... Apenas um movimento ritmado para frente... para trás...

Juliana tem 13 anos e está feliz como nunca.

Mais forte, papai! - Diz ela, eufórica.

Naquele momento inesquecível, a paisagem se apaga para ela. Some em meio à alegria de estar com quem se ama.

Seu sorriso de criança encontra o ar leve, perfumado.

Seus ouvidos se deleitam com a voz tranquila do pai amado. Ela se sente segura, como nunca antes se sentira.

O balanço vai diminuindo o ritmo, e quando está prestes a parar ela percebe que o pai está diante do seu rosto.

Como ele é bonito... - ela pensa. Uma beleza especial, que está mais dentro do coração da filha, do que nos olhos do mundo.

Filha... Você precisa voltar. - Diz o homem ternamente.

Mas eu não quero, papai... - Responde ela com voz de cristal.

Eu sei, meu amor... Mas você precisa voltar.

Ela começa a chorar... O choro da brincadeira que acaba tão cedo. O choro da vontade de continuar ali.

A menina acorda em pranto.

Era um sonho! - Pensa ela. Mas parecia tão real...

Sente um aperto forte no peito e não consegue identificar o que é.

É a saudade... - diz uma pequena voz em sua cabeça.

Sim, era a saudade do pai, do amor que havia partido quando tinha apenas 3 anos de idade.

Ela já havia sonhado com ele várias vezes, mas dessa vez foi inesquecível. Tão especial que, a partir desse dia, ela aprendeu a chamar aqueles sonhos de visitas.

Todo balanço que vê, ativa sua memória, acelera seu coração, pois faz lembrar de um grande amor que esteve na Terra com ela, durante pouco tempo, mas que ainda a visita sempre.

* * *

Por onde andam os amores que não mais estão aqui conosco?

Se aprendemos que o amor une ao invés de afastar, por que crer na distância da morte?

Sim, a morte não nos separa. Talvez um breve afastamento físico, mas nunca o afastamento das almas.

Os que nos amam continuam ao nosso lado, e se partiram antes, quase sempre se tornam companheiros anônimos e invisíveis dos nossos dias.

São eles, muitas vezes, que nos trazem as forças que precisamos para continuar, o carinho dos bons conselhos ou os puxões de orelha amorosos.

Em espírito nos acompanham, oram e vibram por nós, da mesma forma que fariam se estivessem ainda encarnados.

A morte não muda o amor. A distância não é impedimento para o carinho.

Eles estão mais perto do que imaginamos, e neste grande ir e vir do planeta, logo mais estaremos juntos uma vez mais.

Estaremos juntos lá, pois nunca sabemos quanto tempo ainda temos, ou mesmo aqui, lembrando que a reencarnação é uma das Leis maiores do Universo.

Não há com o que se entristecer

Não há com o que se entristecer.

Se você enxerga positivos os lances que tem à frente, os lances

negativos não acham porta para entrar em você.

São obrigados a ficar de fora, sem exercer influência sobre você.

Não dê chance ao que é negativo.

O negativo instala insatisfação onde entra, criando com a

continuidade, estados depressivos de difícil erradicação.

É como a moléstia, que, de início, pode ser extirpada facilmente,

mas que, se não tratada a tempo, torna-se de difícil cura.

Não formule o mal.

Por estar bem longe do mal é que você melhor

se sente nas belas planícies do bem.

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Uma cascata fluindo branca, como uma cortina rendada; um céu repleto de estrelas, o cheiro da terra molhada após a primeira chuva, gotas que brilham em pétalas.

A natureza é um espetáculo para se contemplar em silêncio respeitoso, com o coração em prece.

Deus se mostra, majestoso, nas Suas obras monumentais.

A arte, o belo, o refinamento, a exatidão. Tudo é visível na natureza.

Por isso, um dos maiores filósofos da Terra, grafou palavras que resumem de forma completa o que representa a natureza para o homem habituado a pensar em Deus.

É de Immanuel Kant esta bela frase:

"Duas coisas enchem minha alma de admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim".

E diante desse espetáculo de formas, cores e perfumes, o que fazemos nós, os seres humanos?

Poluímos, matamos, utilizamos sem cuidado. Somente a poucos anos a Humanidade passou a observar que o nosso Mundo está maltratado.

A palavra Ecologia então entrou na moda, ganhou o Mundo, tornou-se sinônimo de consciência ética. Mas muitos de nós ainda estão distantes do sentimento de reverência que a obra divina deveria merecer de todos.

Florestas devastadas, rios transformados em canais pútridos, animais torturados e vendidos como mercadoria barata.

Isso nos mostra o quanto ainda estamos distanciados do ideal de amor e respeito que a obra de Deus merece.

A casa planetária - saqueada, poluída, agredida - geme sob o domínio humano.

E os resultados começam a surgir, preocupantes: aquecimento global, doenças, morte de espécies.

Eis que o produto de nosso descaso se volta contra nós. Furacões, tsunamis, tufões.

Quando ocorrem as grandes tragédias, decorrentes de fenômenos naturais, o homem é a primeira vítima.

E mesmo assim, resiste em continuar cego para os sinais de que algo está profundamente errado na forma como nos relacionamos com a natureza.

Como reverter esse quadro? Como restaurar o equilíbrio?

A resposta está na palavra educação.

Essa arte de educar os caracteres é a chave para que as futuras gerações tenham uma visão mais larga sobre o papel do ser humano, como agente causador da destruição do planeta em que vivemos.

Aos homens do futuro - que hoje são crianças e adolescentes - nos cabe oferecer uma consciência mais apurada e uma noção mais plena sobre preservação do meio ambiente.

Mas... como fazer isso?

Educando-os desde hoje. Uma educação que vai além da escola formal. A educação do Espírito, que consiste em implantar novos conceitos ético-morais no indivíduo.

A educação do Espírito é completa. Não apenas o informa sobre as regras de gramática e as normas da geometria.

Fala ao homem sobre seu papel no Mundo. Educa-o para a convivência fraternal com todos os seres - humanos, animais e vegetais.

E prepara-o para cuidar do lugar que vive.

No dia-a-dia, essa educação se mostra no combate aos desperdícios de toda espécie, na economia dos recursos naturais, no respeito integral a toda forma de vida.

Um exemplo dessa consciência superior pode ser encontrado em Francisco de Assis, que amava a obra divina a tal ponto que chamava de irmãos ao sol, à lua, ao vento, à água e às estrelas.

Quem de nós poderia traduzir melhor o amor do que abraçando a natureza com palavras de amor?

Construindo o Amor

Entrando na questão do amor romântico, temos, primeiramente, o período da paixão, do encantamento. Este período pode ser um prelúdio de um amor imenso, mas não necessariamente "o amor inteiro". O encantamento acaba. Então, quando isto acontece, pode dar-se que os enamorados sintam-se confusos, pensando que o *amor* acabou, quando, na verdade, está apenas começando. Pode dar-se que fiquem sem saber o que fazer do que veio depois do fim do encantamento - um sentimento às vezes até imenso pelo outro, mas sem as idealizações românticas de outrora.

Por muito tempo, pensamos que todos os nossos problemas e carências deviam acabar a partir do momento mágico em que disséssemos "eu te amo" e ouvíssemos um arrebatado "eu também" como resposta. Mal sabíamos nós que este é apenas o começo da caminhada, jamais o final dela.

Já compreendemos que a paixão é finita, mas também entendemos que precisamos de algo infinito para sermos plenos. Desta forma, atravessamos um período bastante notável neste pormenor, em que uma série de paradigmas se reestruturam e tendem a provocar, a médio ou longo prazo, um maior amadurecimento das relações amorosas.

Se não, vejamos: tempos atrás, notadamente no Séc. XIX, a aspiração suprema masculina, quando se falava de encontrar uma parceira para construir um casamento, era encontrar uma jovem delicada, espirituosa, preferencialmente virgem, pura, inocente e mais ou menos submissa, enquanto a feminina era encontrar um príncipe encantado que tivesse o vigor de um menino, o olhar seguro de um pai, fosse capaz de defendê-la com uma espada, se fosse preciso, mas também fosse capaz de ofertar-lhe flores simplesmente porque não tivesse condições de olhá-las sem pensar na estrela de seus dias.

Presentemente, as pessoas começam a perceber que perfeição não existe e que o que podemos viver é um amor real, recheado de encontros e desencontros, certezas e procuras, lágrimas e idílio, medo e segurança, descrença e fé. Estas sensações são inerentes à transição de um período para o outro o qual, no fundo, não se alterou totalmente.

Digo isto porque, intimamente, muitas mulheres procuram um homem que *as faça feliz* - Resquício da idéia do príncipe encantado - e muitos homens - cada vez menos, fique posto - procuram garotas virgens, o que nada mais é que um resquício da busca pela jovem inocente de outros tempos.

É natural que este período se dê mediante transição e confusão por parte dos espíritos os quais, muito provavelmente, eram os mesmos que estavam contracenando na Terra à época das etapas que a humanidade atravessou, anteriormente.

Assim é que, quanto mais evoluímos, maior é nossa capacidade de construir felicidade no "amor romântico", visto que seu sucesso está intimamente ligado ao nosso próprio amadurecimento social, psicológico e espiritual.

Em tempo, é evidente que o amor, como assinatura de Deus em nossos corações, venha sempre carregado de uma dose emocional imensa e que isto, inclusive, seja muito positivo, caso bem administrado.

Por mais que compreendamos que a paixão é passageira, desejamos encontrar alguém com quem possamos estar sob um céu prateado de luas e estrelas e um chão aparentemente coberto por pétalas de rosas; as mãos entrelaçadas roçando levemente a areia, enquanto os olhos mergulhados um no outro falam de poemas sem palavras, carregados da eternidade da procura e da plenitude do encontro; ainda sonhamos com declarações arrebatadas, pés fora do chão, poesias entre os dedos , o mundo todo redigido para ser doce, íntimo, perfeito e seguro; ainda sonhamos encontrar alguém com quem possamos ser nós mesmos sem medo de que ele nos deixe, de entregar nosso coração sem receio de que ele desdenhe do gesto e nos deixe a sós com tanto sentimento.

A certeza de que este desejo existe dá-nos medo, um medo verdadeiramente intenso e é este medo, muitas vezes, que nos faz abdicar das possibilidades mais sublimes do amor para aderirmos à menor parte que as relações afetivas podem nos oferecer: a estreita satisfação dos sentidos.

Evidente que ela é importante e deve ser contemplada, mas proporciona apenas pequena porção da felicidade que um relacionamento amoroso, ainda que imperfeito, pode nos ofertar.

Por ser o que costumam chamar de "observador compulsivo", sempre anelo apreender das pessoas e situações mais que o estritamente óbvio, buscando absorver gestos, inflexões de voz, olhares e correlatos. Isto às vezes traz bons resultados, às vezes, não; algumas vezes concluo corretamente, outras, não. O fato é que sempre que observo pessoas que se confessam adeptas do "amor livre" ou do "amor sem compromisso", pressinto que uma enorme parte dela clama, espera e deseja encontrar algo maior, algo mais amplo que o que as sensações estritamente físicas podem nos oferecer. Todos querem ser olhados de forma mais profunda, mais intensa, mais etérea; todos desejam noites estreladas com a areia atapetada de rosas e juras secretas, entretanto, todos têm medo.

Aprenderam, por ouvir falar ou por experiência própria, que o encantamento é efêmero e não sabem o que fazer com o que virá depois; entenderam que o "príncipe encantado" e a "virgem serena e meiga" ficaram em outro tempo, compreendem que amor é complexo e sentem muito medo disto. Sabem que não é possível amar de verdade sem confiar plenamente, entregar cada gota da sua essência e não sabem como doarem-se tanto e continuarem inteiros; como apostar tanto e reagir caso tudo saia errado; como confiar tanto no outro, sabendo, de antemão , que ele é imperfeito e vai falhar, mais dia, menos dia.

Enquanto isto, vendem-nos idéias muito discutíveis, cuja aplicação irrestrita piora, em lugar de amenizar a situação.

Dizem-nos, dentre outras coisas, que o mais importante em um relacionamento afetivo é a qualidade do sexo, colocando-o como causa, não como conseqüência de um envolvimento mais aprofundado; também dizem-nos que, caso seu namorado ou esposo te "dê trabalho", mostre-se imperfeito, você pode simplesmente "partir para outra", porque esta pessoa não pode te fazer feliz e você merece alguém melhor.

Evidente que não me refiro a casos em que a separação é uma questão de auto-amor, mas àqueles em que as menores divergências são motivos para que a relação se desfaça.

Oxalá compreendamos, com a menor gama de sofrimento possível, que o amor verdadeiro é construído na vivência e superação das dificuldades, no equilíbrio entre aceitação e busca da melhora do outro, no empenho pelo nosso auto-conhecimento e na compreensão de que nossa capacidade de amar o outro está intimamente ligada à nossa condição de amar a nós mesmos de forma verdadeira e intensa.

Oxalá não esteja longe o dia em que esperemos que apareça uma pessoa para nos fazer feliz ou resolver nossos problemas e, sobretudo, que saibamos administrar com sabedoria e ternura um aspecto tão pulsante, complexo e importante para nossa existência - e aqui refiro-me à existência enquanto seres imortais.

O Amor na expressão mais sublime faz parte da centelha divina que está na origem do Espírito, portanto imortal, caminham juntos nas espirais da Evolução.