quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O tesouro no Céu

19 – Não queirais entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem e onde os ladrões os desenterram e roubam.



Ao contrário do que geralmente se crê, Jesus aqui não condena as riquezas. As riquezas, quando utilizadas de acordo com a vontade divina, propulsionam três ordens de progresso em nosso planeta, que são:



O progresso material, por fornecer trabalho ao povo; por melhorar as condições físicas da terra; por criarem bem-estar e conforto para todos.



O progresso intelectual, por desenvolverem as artes e as ciências.



O progresso espiritual, por proporcionarem a seus detentores os meios suficientes para a prática do bem em larga escala.



Jesus aqui nos ensina que não nos escravizemos às riquezas; não façamos delas a finalidade de nossa existência. As riquezas são transitórias e devem ser usadas como úteis instrumentos de trabalho, em benefício da coletividade.





20. Mas entesourai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a ferrugem nem a traça e onde os ladrões não os desenterram nem roubam.



Se as riquezas terrenas são transitórias e concedidas a título precário, tal não acontece com as riquezas espirituais.



O desencarne nos priva totalmente das riquezas terrenas, fazendo com que entremos no gozo das nossas riquezas espirituais.



As riquezas materiais são emprestadas temporariamente por Deus, segundo nossos deveres do momento; ao passo que as riquezas espirituais são aquisições eternas do espírito.



Recomendando-nos que ajuntemos tesouros no céu, Jesus quer que desenvolvamos as boas qualidades de nossa alma: a bondade, a moralidade, a inteligência, a mansidão, a tolerância, o amor fraterno para com todos. E quer que semeemos a maior soma possível de benefícios; porque as virtudes que cultivarmos em nossas almas e as ações nobres que praticarmos, isso é que constituirá nossa verdadeira e imperecível riqueza.





21 – Porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração.



Sendo transitórias as riquezas terrenas, é um erro grave ligarmos nossos corações a elas. Porque as riquezas terrenas, às quais ligarmos nossos corações não passarão de ilusões a atormentar-nos, quando o desencarne nos despertar para a realidade da vida espiritual.



Liguemos nossos corações aos bens inamovíveis da alma, que são: a caridade, ao amor ao próximo, o estudo, a prece, a fé, a esperança, a mediunidade quando exercida com devotamento e abnegação, a pureza de pensamentos, de palavras e de atos.



E a maneira pela qual podemos adquirir as riquezas espirituais, é impormo-nos um rigoroso jejum espiritual. Cumpre notar que não é sem sacrifícios que as obteremos. E o sacrifício que fazemos é extirparmos de nossa alma o orgulho, a vaidade, o ódio, os preconceitos, os vícios, enfim o mal sob qualquer forma que ele exista em nós.



O auxílio divino nunca faltará aos que lutarem para ligar seus corações às verdadeiras riquezas da alma. E no fim da luta, que maravilhoso tesouro de espiritualidade teremos! E quando entrarmos no gozo desse tesouro, veremos que valeu a pena o sacrifício.

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