quinta-feira, 8 de abril de 2010

Na primeira noite,

Na primeira noite,
eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem,
pisam nas flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer mais nada.

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