"Somente depois de ter andado por terras estranhas é que pude reconhecer a beleza de minha morada.
A ausência mensura o tamanho do local perdido evidencia o que antes estava oculto, por força do costume.
Olhei minha mãe como se fosse a primeira vez.
Olhei como se eu voltasse a ser criança pequena a descobrir-lhe as feições tão maternas.
Abri o portão principal como quem abria um cofre que resguardava valores incomensuráveis.
As vozes de todos os dias estavam reinuguradas.
Deitei-me no colo de minha mãe como se quisesse realizar a proeza de ser gerado de novo.
Suas mãos sobre os meus cabelos pareciam devolver-me a mim mesmo.
Mãos com poder de sutura existencial...
Era como se o gesto possuísse voz, capaz de me dizer:
Dorme, meu filho, porque enquanto você dormir eu lhe farei de novo.
Dorme meu filho, dorme..."
quarta-feira, 31 de março de 2010
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